Acordeon e seus sotaques – parte 3
A Sociedade da Corte de São Petersburgo, na Rússia, em meados de 1700, recebia escritos regulares sobre o cheng do violinista e fabricante de instrumentos da Baviera Johann Wilde. Anos mais tarde, um jesuíta francês, Jean Joseph Marie Amiot, voltou da China com um cheng e publicou, em 1779, o livro, Mémoire sur la musique des Chinois, com descrição detalhada do instrumento.
É creditado ao dinamarquês Gottlieb Kratzenstein (1723-1795), professor de Fisiologia em Copenhague, o desenvolvimento do modelo ocidental de palheta livre, utilizado durante o Prêmio Anual oferecido pela Academia Imperial de São Petersburgo em 1780, do qual foi o vencedor. O historiador russo Alfred Mirek, em seu Livro de referência sobre harmonikas, aponta o construtor de órgãos, e adjunto de Kratzenstein, o russo Franz Kirschnik, como a pessoa responsável pela inovação. Seja como for, o novo modelo de palheta livre foi rapidamente adotado pelos construtores de órgãos do final do século XVIII e inspirou a construção de uma série de novos instrumentos no século seguinte.
Na Alemanha, no ano de 1821, um relojoeiro chamado Christien Friedrich Ludwig Buschmann reuniu várias palhetas livres metálicas fixadas em uma placa, afinadas formando uma escala, cujos sons se faziam ouvir rapidamente através do sopro. Nascia a primeira harmônica ou gaita de boca. Em 1822, o próprio Buschmann criou a handaolina ou harmônica de mão, transformando a escala de palhetas em um pequeno instrumento destinado às brincadeiras infantis. Com a adição de um fole e de botões, o novo instrumento era tocado com as duas mãos. Surgia o primeiro modelo de instrumento musical com os elementos básicos do acordeão: sistema de botões, fole e sistema de palhetas livres portátil.
Bibliografia:
SESC/Serviço Social do Comércio Departamento Nacional
Rio do Janeiro, agosto 2011
•Jacques Farias
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Eliane
9 de setembro de 2020 em 22:56👏👏super interessante!